sábado, 28 de maio de 2016

Estupro e fanatismo: Todo dia um 7x1 diferente



Saudações, pessoal!

Querid@s. Hoje iremos debater algo que vem me irritando há bastante tempo, além de me deixar excessivamente estressado... Hojé será um dia de pensar e repensar as situações delicadas que vivemos diariamente e em como a sociedade vem reagindo a cada uma delas.
Antes de começar, gostaria de salientar que tenho a OBRIGAÇÃO de debater assuntos que involvam a humanidade, pois é impossível viver em sociedade sem o mínimo respeito com todas as pessoas que nos cercam e, mais ainda, sem respeito a si mesm@.

Existem dois tópicos que têm me irritando bastante esses dias e que é preciso discutir para que algumas barreiras sejam derrubadas e as pessoas possam se reinventar como seres resilientes e tolerantes. São eles:

1- Estupro e a lei do silêncio

Primeiro, vamos ao significado. Estupro é um crime que consiste no constrangimento a relações
sexuais por meio de violência, uma violação. Tenha-se em mente que um estupro é um ato de um ou mais indivíduos contra uma vítima ou um grupo pequeno, um ato generalizado com fundo corretivo, político, étnico, religioso ou doutrinário... Os meios não importam, pois é um ato sem o consenso da vítima. É vil. É repugnante.
O pior é que mundialmente, os números são alarmantes e NINGUÉM tem tomado partido sobre isso para minimizar esse tipo de agressão desumana. Somando todas as maneiras em que um estupro pode ocorrer, estima-se que, em média, o número de estupros seria de mil por um milhão de habitantes/dia. Ainda assim, existe uma estimativa de que esses atos possam ser 40 vezes maiores. Significa que aconteçam, a cada dia, de 7-140 milhões de estupros no mundo, ou, por ano, entre 2,5 e 100 bilhões.
No nosso país, temos exemplos incrivelmente recentes e chocantes que são ignorados diariamente

pela mídia e que intrigam milhões de pessoas que se solidarizam com as vítimas. No entanto, existe uma grande falha mesmo no discurso solidário de alguns que são a favor de estupro coletivo para lésbicas ou que protegem os agressores com frases de estupidez imensa como “mas qual a roupa que ela estava usando? Ela estava bêbada? Se ela fosse decente, não estaria num lugar desses...” mas, sabemos que somos don@s de nossas próprias vidas e corpos e podemos fazer aquilo que quisermos de si mesm@s, sendo homens ou mulheres, heterossexuais, homossexuais ou transexuais: somos tod@s don@s de si.

E isso nos leva a pensar nos problemas que enfrentamos desde a educação (doméstica) básica, pois acabou-se criando uma lei do silêncio, onde todo tipo de agressão é permitida, pois a voz do agredido é silenciada por conceitos formados e baseados numa sociedade MACHISTA. E me entristece saber que estamos em pleno século 21 com pessoas que ainda não saíram de suas casinhas em condados camponeses do século 13. Parece que medidas drásticas se fazem necessárias, mas até onde devemos ir para conseguir nossos objetivos?
É necessário fogo para lutar pelo bem das nossas irmãs e dos nossos irmãos que sofrem esse tipo de agressão que os marcam para a eternidade em vários níveis de suas próprias almas. É necessário lutar por uma educação sem misoginia, sem machismo, com direitos iguais e com respeito ao outro e, mais ainda, com respeito do direito de ser igual em sua diferença. É necessário solidariedade e, acima de tudo, fraternidade.
Deixo às mulheres um vídeo da Jout Jout Prazer sobre o decorrido e uma indicação de aplicativo anti-assédio criado pela Catharina Doria (Sai Pra Lá).


2- Fanatismo x Gênero e Orientação sexual.

É difícil falar desse tema com o cuidado para não generalizar e acabar ofendendo as pessoas que não têm nada a ver com o que está acontecendo, mas vamos aos fatos...
A sociedade possui vários nichos e entre esses, encontramos a população LGBT que (ACREDITEM), é minoria. No entanto, entendam o termo “minoria” como sem respaldo legislativo para usufruir de todos os direitos (pois os deveres continuam sendo obrigatórios) endossados pela  Constituição Federal do nosso país. E, sim! Ainda falta MUITA coisa mudar.
Dito isso, temos alguns tópicos delicados: Gênero e Orientação sexual.
O gênero pode ser dividido em duas classes: cisgênero (quando se nasce num corpo em que sua identidade se adequa) ou transgênero (quando não se nasce num corpo em que sua identidade se adequa e é preciso uma mudança estética, hormonal e/ou genital para adequar-se à sua identidade natural). O gênero está diretamente ligado ao ego, ao ser. Dessa forma, um homem que nasceu em um corpo de mulher (homem transgênero) terá necessidade de adequar seu corpo à sua verdadeira identidade para que se sinta bem consigo mesmo. O que não acontece com um homem ou uma mulher cisgênero, pois sua identidade de gênero é a mesma apresentada pelo seu corpo desde o nascimento.
O ser humano é capaz de se relacionar com o outro, sendo ele do mesmo sexo ou não. Da mesma forma, existem classes na orientação sexual que são três: heterossexual (quem se relaciona com pessoa de sexo diferente), homossexual (quem se relaciona com pessoa de mesmo sexo) ou bissexual (quem pode manter relações heterossexuais ou homossexuais). Dito isso, a orientação sexual é ligada às relações afetivas/sexuais de um indivíduo. Também é legal salientar que a orientação sexual não é fruto de uma opção, e muito menos é capaz de influenciar outros a fazerem/manterem determinados hábitos.
Dentro desse contexto de sexualidade e identidade de gênero, existem grandes e incessantes ataques
de fanáticos, que defendem bordões sem sentido e acabam gerando intolerância, fobias, ódio, violência e fatalidades. Sim. Numa cascata em “looping” quase que infinito.
O que eu não entendo é a necessidade de “cuidar da vida alheia”. Se alguém paga suas contas e tem independência para afirmar sua identidade e sexualidade, não deveriam existir comentários e agressões gratuitas sobre coisas que não afetam a qualidade de vida de outras pessoas somente pelo fato de ser uma vida que não a pertence.
O fanatismo religioso tem feito com que muitas pessoas punam, agridam, difamem, desliguem-se em nome de um Deus que deveria ser de amor, mas que anda fazendo só aquilo que é coeso pra quem o segue da maneira que está escrita num livro interpretado de zilhões de formas diferentes... mas, ninguém percebe que tem algo muito errado nisso. Fechar os olhos e repetir aquilo que foi dito é mais fácil que viver uma vida de caridade e amor, por exemplo.
Nos últimos dias, homossexuais foram taxados de “anormais” pela Patrícia Abravanel e a identidade de gênero foi depreciada e apedrejada pela Ana Paula Valadão. E, me pergunto: Por que a opinião de outro ser humano é capaz de limitar ou classificar a vida de outro? Por que o preconceito de alguém é capaz de rebaixar pessoas (que nunca te farão mal algum) aos leprosos do século atual?
E tudo isso ainda me faz dar algumas risadas, porque Jesus (o Filho de Deus) veio a este mundo e ficava na companhia das pessoas que eram marginalizadas pela sociedade. Será que não dá pra perceber que a mesma coisas está acontecendo? É tão difícil assim? Precisamos parar, refletir e permitirmos que as pessoas sejam quem são. Respeitemos nossas diferenças e respeitemos o próximo.


Sem mais.

Viva ao diferente!
Boa noite.

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